Extase
Venha
Aqui
Ao lado desta velha ferida
Que a cada toque teu
Se abre de novo.
Fica comigo
Antes que esta cidade
Devore meus últimos sopros.
Teu corpo,
esse sagrado movimento,
onde cada olhar
rasga minhas fronteiras.
E eu,
nua,
renascendo da pele antiga.
Teus olhos,
dois abismos sem fundo,
duas taças transbordando de loucura,
a cada instante me chamam
para a ruína.
Teus lábios,
o gosto amargo do proibido,
com o perfume de mil beijos não dados.
Cada beijo,
um incêndio
que reduz minha alma a cinzas.
Em teu abraço
todas as fronteiras desmoronam.
E nós,
como duas almas,
nos entrelaçamos
e voamos rumo ao nada…
(Éxtasis)
Ven
Aquí
Junto a esta vieja herida
que cada vez
con tu tacto
vuelve a abrirse
Quédate conmigo
antes de que
esta ciudad
devore mis últimos alientos
Tu figura
esa curva sagrada
que con cada mirada
desgarra mis fronteras
Y yo
desnudo
salgo de mi vieja piel
Tus ojos
dos pozos infinitos
dos copas repletas de locura
que cada vez me llaman
al escándalo
Tus labios
el sabor amargo de lo prohibido
con el aroma de mil besos inalcanzables
Cada beso
es un fuego
que mi alma
en cenizas convierte
En tu abrazo
todas las fronteras se desmoronan
y nosotros
como dos almas
nos entrelazamos
y volamos
hacia la nada…
§
Troca
Teus olhos,
milhares de palavras não ditas,
milhares de poemas não escritos,
milhares de segredos sepultados.
Teu olhar, toque de fogo:
morte e vida,
início e fim.
Teus lábios,
fruto proibido,
um beijo cru,
que me arrasta ao inferno eterno.
E eu, a cada dia,
cedo à tua tentação…
(Intercambio)
Tus ojos
miles de palabras no dichas
miles de poemas no escritos
miles de secretos enterrados
Tu mirada, el toque del fuego
muerte y vida
principio y fin
Tus labios
una fruta prohibida
un beso crudo
me arrastra al infierno por la eternidad
Y yo, cada día
me rindo a tu tentación …
§
Cartão Postal
De longe, te observo
como lua escondida,
cheia de luz.
Tu não sabes
de um coração cativo a ti.
A distância é montanha entre nós.
Eu, aqui.
Tu, aí.
Este segredo oculto —
até onde?
até quando?
até a sepultura?
Talvez não saibas
que um coração bate assim por ti,
de desejo,
de alegria.
Quisera eu vencer todas as distâncias,
ou que houvesse esperança
nesta estrada cega.
Mas de que serve?
É fantasia vã,
um sonho distante.
Tu, embriagado em teu mundo.
E eu, aqui,
ferida e paciente…
(Postal)
Desde lejos, te observo
Como una luna oculta
Llena de luz
No eres consciente
De un corazón cautivo a ti
La distancia es una montaña entre nosotros
Yo estoy aquí
Tú estás allá
Este secreto oculto
¿Hasta dónde?
¿Hasta cuándo?
¿Hasta la tumba?
Quizás no lo sepas
Un corazón late así por ti
Con anhelo
Con alegría
Desearía poder superar todas las distancias
O que hubiera esperanza
En este camino ciego
Pero de qué sirve…
Es una fantasía inútil
Un sueño lejano
Estás embriagado con tu mundo
Y yo estoy aquí
Herido y paciente…
Sophia Jamali Soufi nasceu em 2001/Rasht/Irã. É especialista em arquitetura/designer de moda e fundadora da marca Leo clothing brand. Poeta e escritora iraniana, a língua principal de seus poemas é o persa. Dois livros de seus poemas em persa foram publicados no Irã. Seus poemas foram traduzidos para o espanhol, português, italiano, francês, inglês, alemão, turco e publicados em revistas literárias e sites.

 
     
         
        